Linhas de Cuidado

Rastreamento/Diagnóstico

Rastreamento

Recomenda-se o rastreamento da obesidade em todos os adultos durante a consulta de saúde.

O índice de massa corporal (IMC) deve ser calculado a partir das medidas de peso e altura.

Se IMC adequado: reavaliar em 1 ano.

Considerar as ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), como a coleta de marcadores de consumo alimentar.

Para mais informações acesse as Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na Atenção Básica (2ª edição).

A obesidade dos pais mais do que duplica o risco de obesidade adulta entre crianças, com e sem obesidade, com menos de 10 anos de idade.

O rastreamento deve ser voltado à família.

Ações de promoção da saúde e prevenção do sobrepeso e da obesidade devem ser estimuladas. Considere a participação popular, respeitando a cultura local, com foco nas ações de promoção da alimentação adequada e saudável e da prática de atividade física. A melhoria dos indicadores da obesidade é altamente dependente de ações de promoção e prevenção.

O manejo da maioria dos pacientes com sobrepeso e obesidade pode ser adequadamente realizado na Atenção Primária à Saúde.

Diagnóstico

O diagnóstico da obesidade é clínico, com base na estimativa do Índice de Massa Corporal (IMC).

O IMC indica o estado nutricional do indivíduo, sendo utilizado para estratificar o risco de desenvolvimento e/ou presença de comorbidades, assim como norteia a estratégia terapêutica a ser utilizada.

Classificação do estado nutricional de adultos e risco de comorbidades, segundo IMC

Classificação IMC (kg/m²) Risco de comorbidades
Eutrófico* 18,50 – 24,99 Não confere risco adicional
Sobrepeso 25,00 – 29,99 Pouco elevado
Obesidade grau I 30,00 – 34,99 Elevado/Moderado
Obesidade grau II

35,00 – 39,99

Muito elevado/severo

Obesidade grau III

≥ 40,00

Muitíssimo elevado/severo

*No idoso (≥ 60 anos) o IMC normal é entre 22 - 27 kg/m², pelo risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de incapacidade física).

Fonte: Adaptado de Organização Mundial da Saúde, Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016.

Em pacientes com idade maior do que 80 anos, hipertrofia muscular marcada, pessoas com fragilidades (acamados, cadeirantes, amputados) e em orientais, o IMC pode não identificar adequadamente pacientes com obesidade. Recomenda-se a avaliação de medida adicional como a circunferência abdominal.