Linhas de Cuidado

Prevenção

A prevenção de IC clinicamente manifesta, envolve a abordagem por estágios.

Estágios da insuficiência cardíaca (IC), segundo American College of Cardiology/American Heart Association

Estágio

Descrição

Abordagens possíveis

A

Risco de desenvolver IC. Sem doença estrutural ou sintomas de IC

Controle de fatores de risco para IC: tabagismo, dislipidemia, hipertensão, etilismo, diabetes e obesidade

Monitorar cardiotoxicidade

B

Doença estrutural cardíaca presente. Sem sintomas de IC

Considerar IECA, betabloqueador e antagonistas mineralocorticoides

C

Doença estrutural cardíaca presente. Sintomas prévios ou atuais de IC

Tratamento clínico otimizado

Considerar TRC, CDI e tratamento cirúrgico

Considerar manejo por equipe multidisciplinar

D

IC refratária ao tratamento clínico. Requer intervenção especializada

Todas medidas acima

Considerar transplante cardíaco e dispositivos de assistência ventricular

CDI: cardiodesfibrilador implantável; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; TRC: terapia de ressincronização cardíaca.
Fonte: Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2018.

Prevenção no estágio A

Aumenta o risco de IC independentemente da presença de doença arterial coronariana, existindo associação entre a intensidade e duração do tabagismo com os marcadores séricos de injúria miocárdica e anormalidades na estrutura e na função cardíaca.

Para informações sobre tratamento do tabagismo, consulte a Linha de Cuidado do Tabagismo.

O risco de dano miocárdico induzido pelo álcool e o desenvolvimento da miocardiopatia alcoólica está bem documentado.

Orientar os pacientes que não existe consumo de álcool isento de risco.

É importante ressaltar que o consumo acima do estabelecido, como na imagem abaixo, é considerado de alto risco.

O risco deve ser avaliado de forma individualizada, considerando que esses valores não se aplicam a pessoas que já possuem algum transtorno por uso de álcool.

Fonte: Adaptado de Drinking Patterns and Their Definitions. USA: Alcohol Research: Current Reviews, 2018.

Fonte: Adaptado de Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020. São Paulo: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), 2020.

A porcentagem de álcool pode variar dentro do mesmo tipo de bebida (por exemplo, há cervejas com teor alcoólico de 3,5% e outras com 6%, mas a maioria tem cerca de 5%. A média de doses é aplicável a uma pessoa com ≅ 70 kg.

Para informações sobre o manejo de uso de álcool, consulte a Linha de Cuidado dos transtornos por uso de álcool no adulto.

Fator de risco para desenvolvimento de IC caracterizado por aumentar o risco de infarto do miocárdio e causar anormalidades estruturais cardíacas, decorrentes do aumento da pós-carga arterial, especialmente em indivíduos negros.

O tratamento da hipertensão reduz o risco de hospitalização e mortalidade por IC em indivíduos hipertensos previamente assintomáticos.

Para informações sobre o manejo da hipertensão, consulte a Linha de Cuidado da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no adulto.

As estatinas podem ser recomendadas aos pacientes portadores de Doença Arterial Coronariana uma vez que evidências apontam redução de eventos cardiovasculares maiores nesta população.

Para informações sobre prevenção secundária em pacientes pós infarto do miocárdio, consulta a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio.

Prevenção no estágio B

A introdução de um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) em pacientes assintomáticos com fração de ejeção reduzida, pode reduzir a chance de progressão para IC sintomática. O uso de betabloqueadores e antagonistas mineralocorticóides (espironolactona) também deve ser considerado.


Para mais informações sobre o tratamento nos Estágios C e D, consulte Avaliação inicial.