Linhas de Cuidado

Manejo inicial - Aguda

Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ou suspeita de IC aguda com sinais de hipoperfusão, síncope ou com piora recente de sintomas e sinais de congestão, devem ser encaminhados para avaliação em unidades de emergência preferencialmente pelo serviço de atendimento móvel de urgência, conforme fluxo de regulação local.

A presença de congestão pulmonar ou sistêmica identificadas por meio da história clínica e do exame físico levam a suspeita clínica de IC aguda. História clínica pregressa ou internação por IC, assim como a identificação do fator causal ou agravante, aumentam a probabilidade de IC aguda.

História clínica:

  • Dispneia em repouso ou aos mínimos esforços
  • Dispneia paroxística noturna
  • Ortopnéia
  • Tosse noturna
  • Síncope
  • Intolerância ao exercício
  • Fadiga

Achados clínicos:

  • Taquipnéia e taquicardia
  • Estertores pulmonares crepitantes / Edema pulmonar agudo
  • Galope de terceira bulha
  • Turgência jugular a 45 graus
  • Refluxo hepatojugular
  • Edema periférico

A equipe deve estar capacitada para diagnosticar precocemente os casos graves e, se indicado, iniciar o suporte básico de vida até a chegada do serviço de atendimento móvel de urgência, para que haja a adequada continuidade do atendimento.

Sinais de insuficiência respiratória:

Sinais / sintomas de hipoperfusão:

Instabilidade hemodinâmica:

  • Frequência respiratória > 25 ventilações/minuto
  • Saturação de oxigênio < 90% mesmo com administração de oxigênio suplementar por cânula nasal
  • Esforço ventilatório
  • Extremidades frias
  • Pressão de pulso estreita
  • Confusão/agitação mental
  • Frequência cardíaca < 40 ou > 120 batimentos por minuto
  • Hipotensão

Manejo enquanto o paciente aguarda a ambulância para remoção:

  • Posicionar o paciente sentado, com as pernas pêndulas, para reduzir o retorno venoso
  • Verificar os sinais vitais e realizar eletrocardiograma, se disponível
  • Administrar O2 úmido por meio de cânula nasal (5 L/min) ou máscara facial (10 L/m), se saturação de oxigênio < 92%
  • Instalar acesso venoso periférico em membro superior
  • Administrar furosemida 40-80 mg (1 mg/kg) intravenoso

A equipe da Atenção Primária à Saúde deve manter o acompanhamento longitudinal do paciente, com foco na prevenção terciária de novos quadros de descompensação, após estabilização e alta hospitalar. A equipe multiprofissional na Atenção Primária tem um papel fundamental na educação dos pacientes e cuidadores, enfatizando a importância do autocuidado diário, identificação de sinais e sintomas de piora ou descompensação e procura por auxílio.

Fluxograma de atendimento com classificação de risco/vulnerabilidade para pacientes que procuram a unidade de saúde com queixa de dispneia
Fluxograma de atendimento com classificação de risco/vulnerabilidade

* Glasgow
Fonte: Adaptado de Cadernos de Atenção Básica (nº 28) - Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.