Linhas de Cuidado

Planejamento Assistencial - Dor torácica crônica

Anamnese

A equipe de saúde deve estar preparada para identificar as causas de dor torácica potencialmente graves para um rápido início de tratamento e encaminhamento dos pacientes. 

O diagnóstico de angina em pacientes com relato de dor torácica é baseado fundamentalmente na história clínica. Em todos os pacientes em avaliação, deve ser estimada a probabilidade clínica de doença arterial coronariana, baseada nas características da dor, idade, sexo, exame clínico e fatores de risco relacionados. 

Na anamnese do paciente, além dos clássicos fatores de risco cardiovasculares (diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, história familiar, tabagismo, sedentarismo), deve-se avaliar:

  • Presença de outras comorbidades: Doença renal crônica, obesidade abdominal, doença arterial periférica, doença cerebrovascular, doença pulmonar crônica, síndrome da apneia obstrutiva do sono
  • Hábitos alimentares como o consumo excessivo de sódio e cafeína 
  • Sinais e sintomas associados: Febre, tosse, dispneia, ortopneia, hematêmese, etc
  • Sinais de ansiedade, depressão ou problemas sociais relevantes 
  • Medicações em uso 
  • Uso de substâncias ilícitas e álcool
  • Condições sócio-econômicas e de vulnerabilidade
  • Índice de fragilidade nos idosos

Exame Clínico

Usualmente não apresenta alteração nos pacientes com angina estável. Entretanto, mesmo que o exame clínico não evidencie sinais diretos de doença arterial coronariana (DAC) é importante que seja realizado de forma detalhada, pois pode identificar sinais de doença ateroesclerótica, aumentando a probabilidade de DAC e auxiliar no diagnóstico diferencial de outras condições associadas:

  • Achados que indicam presença de doença ateroesclerótica: Pulsos periféricos diminuídos, endurecimento arterial e aneurisma abdominal
  • Sopros cardíacos: Doenças valvares, cardiomiopatia hipertrófica
  • Presença de fatores de risco da DAC: Pressão arterial elevada, xantomas e exsudatos retinianos, xantelasmas
  • Doenças do pericárdio: Hipofonese das bulhas cardíacas, atrito pericárdico
  • Síndromes músculo-esqueléticas: Dor a palpação da parede torácica

Exames complementares

A utilização de testes diagnósticos bioquímicos e/ou de exames de imagem são preconizados como ferramentas para estratificação de risco e complementação diagnóstica, conforme avaliação clínica.

O ECG deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita clínica de angina.

Para interpretação do eletrocardiograma e alterações esperadas, consulte Interpretação do eletrocardiograma.

Os seguintes exames laboratoriais estão indicados na avaliação de todos os pacientes em investigação de dor torácica com o objetivo de investigar fatores de risco e possíveis causas de isquemia secundária:

  • Hemograma completo
  • Perfil lipídico (colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL e triglicerídeos)
  • Creatinina para estimativa da função glomerular
  • Glicemia de jejum e hemoglobina glicada

O TSH (hormônio estimulador da tireoide) deve ser solicitado apenas em pacientes com suspeita clínica de disfunção de tireóide.

Possui como principal finalidade o diagnóstico diferencial da dor torácica, particularmente quando a probabilidade clínica é de dor não cardíaca. Pode ser útil para diagnosticar pacientes com sinais/sintomas sugestivos de pneumonia, pneumotórax, pneumomediastino, fraturas de costela e outras doenças torácicas.

Radiografia de tórax é um exame importante que pode ser utilizado para avaliação de pacientes com dor torácica e sinais/sintomas de insuficiência cardíaca congestiva. Para mais informações, consulte a Linha de Cuidado de Insuficiência Cardíaca.

No paciente estável, a informação do exame é útil, mas não necessária na rotina de todos os casos. Pode fornecer auxílio diagnóstico quando demonstrar anormalidades (hipocinesia ou acinesia) da motilidade segmentar em pacientes com quadro clínico sugestivo de doença arterial coronariana, além de agregar informações prognósticas como a função ventricular (sistólica e diastólica). Além disso, o ecocardiograma auxilia no diagnóstico diferencial com patologias valvares e cardiomiopatias que também podem causar dor torácica.

Recomendações da utilização do ecocardiograma transtorácico para o diagnóstico de DAC:

  • Necessidade de avaliação da função do ventrículo esquerdo e direito (sinais e sintomas de insuficiência cardíaca)
  • Suspeita de complicações, como pseudoaneurisma, aneurisma e insuficiência mitral isquêmica
  • Suspeita de doenças valvares e cardiomiopatia hipertrófica, entre outras, como diagnóstico diferencial

Diagnóstico Diferencial

Quando o paciente apresentar queixa de dor torácica, essa deve ser caracterizada de acordo com sua localização, forma de início, intensidade, irradiação, tipo, duração, recorrência, fatores precipitantes, fatores que melhoram e pioram a dor.

No caso da dor torácica sugestiva de origem cardíaca, é fundamental a determinação das referências temporais: Há quanto tempo começou, como se iniciou (se súbito ou gradativo), quanto tempo dura a crise, como melhora (se súbito ou gradativo), se é contínua ou intermitente. Sendo intermitente, quanto tempo dura o período entre as crises.

Diagnóstico diferencial de dor torácica de acordo com o sistema, características e conduta.

Sistema

Síndrome

Descrição
Clínica

Características e
achados adicionais

Conduta

Cardíaco

Angina estável

Pressão ou desconforto torácico retroesternal, queimação ou peso.

Pode irradiar para pescoço, mandíbula, epigástrio, ombros ou braço esquerdo

Precipitada pelo exercício ou estresse emocional; duração: 2 a 10 minutos

Conduzir avaliação conforme Angina estável 

Síndrome Coronariana Aguda

Pressão torácica retroesternal, queimação ou peso; irradiada ocasionalmente para pescoço, mandíbula, epigástrio, ombros ou braço esquerdo. Usualmente mais intensa do que a estável

Início súbito, geralmente durando > 20 minutos

Pode estar associado à dispneia, sudorese, náuseas/vômitos e síncope.

Pode haver alteração hemodinâmica

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Pericardite aguda

Dor aguda, pleurítica agravada pelas modificações na posição; duração variável

Presença de atrito pericárdico

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Vascular

Síndrome aórtica aguda

Dor muito intensa, lacerante, de início abrupto, na parte anterior do tórax, frequentemente se irradiando para o dorso

Dor marcadamente intensa, refratária; geralmente ocorre em um contexto de hipertensão ou de um distúrbio subjacente do tecido conjuntivo, como a síndrome de Marfan

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Embolia pulmonar

Início súbito de dispneia e dor, geralmente pleurítica

Dispneia, taquipneia, taquicardia e sinais de insuficiência cardíaca direita

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Hipertensão pulmonar

Pressão torácica subesternal exacerbada pelo esforço

Dor associada à dispnéia e sinais de hipertensão pulmonar

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Pulmonar

Pleurite e/ou pneumonia

Dor pleurítica, geralmente breve, sobre a área envolvida

Dor pleurítica e lateral à linha média, bem localizada, associada à dispneia, febre e tosse com expectoração

O Raio X de tórax (se disponível)  é um exame complementar à avaliação clínica. Iniciar tratamento independente do Raio X, conforme protocolos vigentes.

Encaminhar para serviço de emergência se

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Traqueobronquite

Desconforto em queimação em linha média

Localização na linha média, associada à tosse, sibilância ao exame físico

Iniciar manejo conforme protocolos vigentes 

Encaminhar para serviço de emergência se

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Pneumotórax espontâneo

Início súbito de dor pleurítica unilateral, com dispneia

Início abrupto de dispneia e dor, presença de timpanismo à percussão; murmúrio vesicular abolido no hemitórax comprometido; pode haver descompensação hemodinâmica

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Gastrointestinal 

Refluxo gastroesofágico

Desconforto em queimação retroesternal e epigástrico, 10-60min de duração

Agravada por refeições pesadas e por deitar-se após as refeições, piora com ingestão de alguns alimentos, aliviada por antiácidos

Normalmente associada a sintomas de refluxo gastroesofágico (azia, pirose, eructação, plenitude pós-prandial, náusea, distensão abdominal

Se não houver , iniciar com manejo específico e fazer acompanhamento ambulatorial 

Pacientes com sinais de alerta devem ser encaminhados para avaliação na atenção especializada. Solicitar endoscopia digestiva alta (se disponível)

Úlcera péptica

Queimação epigástrica ou subesternal prolongada

Aliviada por antiácidos ou por alimentos

Pode haver melena

Iniciar manejo conforme protocolos vigentes

Solicitar endoscopia digestiva alta (se disponível)

Encaminhar para avaliação ambulatorial especializada pacientes com melena, refratariedade dos sintomas ou

Doença da vesícula biliar

Dor em cólica prolongada epigástrica ou no quadrante superior direito

Não provocada ou após as refeições

Se não houver , iniciar tratamento sintomático 

Solicitar ultrassonografia de abdome superior (se disponível) e encaminhar ao ambulatório especializado 

Se aguda, encaminhar para serviço de emergência 

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Pancreatite

Dor epigástrica e subesternal prolongada e intensa, em faixa no abdômen superior

Pode estar acompanhada de náuseas e vômitos

Fatores de risco incluem álcool, hipertrigliceridemia e medicamentos

Encaminhar para serviço de Emergência

Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Musculoesquelético

Costocondrite

Início súbito de dor intensa e fugaz, bem localizada, em pontada

Pode ser reproduzida pela pressão sobre a articulação afetada; ocasionalmente os pacientes apresentam edema e inflamação sobre a articulação costocondral

Iniciar tratamento específico e fazer acompanhamento ambulatorial

Doença do disco cervical

Início súbito de dor fugaz

Pode ser reproduzida pelo movimento do pescoço

Pode apresentar parestesia e grande fraqueza muscular

Iniciar tratamento específico 

Realizar exames de imagem - Raio X e encaminhar ao neurocirurgião e/ ou ortopedista

Infeccioso

Herpes zoster

Dor em queimação prolongada, com distribuição em dermátomo

Período prodrômico de dor, parestesia e queimação de aproximadamente três dias

Aparecimento de vesículas, agrupadas, sobre base eritematosa, de distribuição unilateral, seguindo um dermátomo

Iniciar tratamento, preferencialmente, nas primeiras 72 horas do aparecimento das vesículas

Fazer acompanhamento ambulatorial, em geral, resolução do quadro em 3 semanas

Condição pós COVID-19

Dor torácica atípica

Tem sido descrita de forma consistente em estudos, com frequência em torno de 13%

Identificar sintoma e fazer acompanhamento ambulatorial. Descartar causas de dor cardíaca pós COVID-19 (miocardite, pericardite)

Se sintoma agudo, Iniciar manejo conforme indicado em  Manejo inicial para Dor Torácica Aguda

Psicológico

Síndrome do pânico

Aperto torácico, frequentemente acompanhado por dispneia, com duração geralmente entre 20-40 min, não relacionado ao esforço ou ao movimento

O paciente frequentemente apresenta outras evidências de distúrbios emocionais

Realizar avaliação da saúde mental do paciente e, se for necessário, solicitar apoio da Atenção Psicossocial Especializada de referência

Fonte: Adaptado de Cadernos de Atenção Básica (nº28): Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica (volume II). Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

O manejo terapêutico deve seguir os protocolos vigentes específicos de cada condição.

Para qualificação do encaminhamento, discutir com o canal de consultoria do Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde - 0800 644 6543.

Para mais informações sobre a avaliação das condições específicas, acesse Acolhimento à demanda espontânea – Queixas mais comuns na Atenção Básica, volume II.

Angina estável

Características clínicas

A angina é uma síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto torácico causada por isquemia miocárdica, a qual ocorre quando o suprimento de oxigênio do miocárdio é inadequado para sua demanda. A isquemia miocárdica usualmente acontece no contexto da aterosclerose coronariana, mas diversas outras condições cardíacas e não cardíacas também podem causar angina.

A doença arterial coronariana (DAC) é comumente causada por placa ateromatosa que obstrui ou estreita uma ou mais artérias coronárias epicárdicas maiores. No entanto, outros importantes contribuintes para isquemia, como disfunção endotelial, doença da microvasculatura e vasoespasmo também podem existir sozinhos ou em combinação, de modo que o conceito de que DAC como sinônimo de aterosclerose obstrutiva representa uma visão simplificada de um processo reconhecidamente complexo.

A DAC angiograficamente significativa é definida pela presença de estenose ≥ 70% do diâmetro do vaso, pelo menos em um segmento de uma das artérias epicárdicas maiores, ou estenose ≥ 50% do diâmetro do tronco da coronária esquerda (TCE). Além do grau de estenose, outras variáveis também estão relacionados ao prognóstico da doença, como as características intrínsecas das placas (espessura da capa fibrosa e conteúdo lipídico), a extensão da doença coronariana (número de vasos acometidos), assim como a localização da placa no leito coronariano (proximal ou não). Todos esses fatores se associam para um maior ou menor comprometimento de fluxo, provocando diferentes graus de isquemia miocárdica e, consequentemente, angina.

A DAC pode se apresentar em um contexto crônico, denominada DAC crônica, ou em um contexto agudo de instabilidade de placa aterosclerótica, conhecido como síndrome coronariana aguda (SCA).

Características clínicas da dor precordial da SCA e da DAC crônica

Característica

Aguda

Crônica

Localização

Em quaisquer das seguintes regiões: Tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores

Em quaisquer das seguintes regiões: Tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores

Qualidade

Aperto, peso, opressão, desconforto

Aperto, peso, opressão, desconforto

Irradiação

Membros superiores (direito, esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula, pescoço, dorso e região epigástrica

Membros superiores (direito, esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula, pescoço, dorso e região epigástrica

Duração

Geralmente mais de 20 minutos

Alguns minutos (usualmente de 2 a 5 minutos)

Fator desencadeante

Sem necessidade de fator causal desencadeante

Tipicamente desencadeada ou agravada com a atividade física ou estresse emocional

Fator de alívio

Uso de nitroglicerina e derivados

Não alivia com o repouso

Repouso ou uso de nitroglicerina e derivados

Sintomas associados

Sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, pré-síncope e síncope

Usualmente não apresenta


Classificação clínica

Definição 

Característica

Angina típica

Desconforto torácico

  1. Retroesternal
  2. Provocado por exercício ou estresse emocional
  3. Aliviado rapidamente em repouso ou com nitrato

Angina atípica

Preenche apenas duas das características acima

Dor torácica provavelmente
não-cardíaca

Apresenta apenas uma ou nenhuma das características de angina típica

Fonte: Adaptado de Diretrizes de doença coronariana crônica angina estável. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2004.

As descrições atípicas de dor torácica reduzem a probabilidade de os sintomas serem desencadeados por isquemia miocárdica:

  • Dor pleurítica: Dor aguda, tipo pontada ou em facada, provocada pelos movimentos respiratórios ou pela tosse
  • Dor que pode ser localizada com a ponta de um dedo
  • Dor reproduzida com o movimento ou a palpação da parede do tórax ou dos braços
  • Dor constante que persiste por muitas horas
  • Episódios muito breves de dor que duram poucos segundos

Clinicamente, a angina ainda pode ser classificada como estável e instável

A angina instável pode ser divida em três grupos, conforme as características clínicas: 

  • Em repouso: Usualmente com duração maior que 20 minutos, ocorrendo há 1 semana
  • De aparecimento recente: Gravidade III-IV, com início há 2 meses
  • Em crescendo: Angina que se apresenta mais frequente, com episódios de maior duração, ou com limiar menor

A angina estável pode ser graduada, de acordo com a Sociedade Canadense Cardiovascular (CCS) em classes funcionais:

Classe

Nível de sintomas

Classe I

Atividade física usual não provoca angina. Angina com esforços físicos prolongados e intensos

Classe II

Discreta limitação para atividades habituais. A angina ocorre ao caminhar ou subir escadas rapidamente, caminhar em aclives, caminhar ou subir escadas após refeições, ou no frio, ou ao vento, ou sob estresse emocional, ou apenas durante poucas horas após o despertar. A angina ocorre após caminhar dois quarteirões planos ou subir mais de um lance de escada em condições normais

Classe III

Limitação com atividade física usual

A angina ocorre ao caminhar um quarteirão plano ou subir um lance de escada

Classe IV

Incapacidade de realizar qualquer atividade habitual sem desconforto

A angina pode ocorrer no repouso

Fonte: Adaptado de Diretrizes de doença coronariana crônica angina estável. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2004.

A presença de algumas condições podem precipitar uma angina “funcional”, isto é, a presença de isquemia miocárdica na ausência de obstrução coronariana anatomicamente significativa. Na angina “funcional”, a isquemia miocárdica ocorre diante de condições que aumentam o consumo e/ou diminuem a oferta de oxigênio para o miocárdio.

Condições que aumentam e/ou reduzem o consumo de oxigênio:

  • Hipertermia: A taquicardia, particularmente quando é acompanhada de redução de volemia devido à sudorese ou a outras perdas de fluidos, aumenta o consumo de oxigênio
  • Hipertireoidismo: A taquicardia associada e o índice metabólico elevado aumentam o consumo de oxigênio, podendo também reduzir a sua oferta
  • Toxicidade simpatomimética: O uso de drogas simpatomiméticas, que têm a cocaína como seu principal exemplo, aumenta o consumo de oxigênio e pode provocar espasmos coronarianos, simultaneamente, reduzindo também a oferta. Uso por longo prazo pode também levar ao desenvolvimento de DAC prematura
  • Hipertensão não controlada, estenose valvar aórtica e cardiomiopatia hipertrófica: O aumento da tensão da parede ventricular esquerda, redução da reserva coronariana (capacidade de elevação de fluxo coronário, considerando-se estresses fisiológicos ou farmacológicos) e elevação da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo geram aumento do consumo de oxigênio associado à redução da sua oferta
  • Taquicardia sustentada, tanto ventricular quanto supraventricular: Pelo aumento do consumo de oxigênio, sendo que taquicardias paroxísticas estão entre as condições que mais frequentemente contribuem para episódios súbitos de angina
  • Anemia: Reduz a oferta de oxigênio por reduzir a capacidade de transporte desse elemento no sangue ligado à hemoglobina, além de aumentar a sobrecarga cardíaca. Débito cardíaco aumentado geralmente ocorre em anemias com níveis < 9 g/dL de hemoglobina, e alterações de ST-T (depressão ou inversão) podem ocorrer quando a hemoglobina < 7 g/dL
  • Hipoxemia: Há redução da oferta de oxigênio resultante de doença pulmonar, como na pneumonia, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão pulmonar, fibrose intersticial ou apneia do sono obstrutiva

Angina estável

Estratificação de Risco Cardiovascular

A identificação dos indivíduos com maior predisposição para eventos cardiovasculares é fundamental para a prevenção efetiva, correta avaliação diagnóstica e definição de metas terapêuticas. 

Podemos classificar os indivíduos de acordo com o seu nível de risco baseados no Escore de risco global (ERG) de Framingham, que estima a probabilidade de eventos cardiovasculares em 10 anos, presença de e .

Estratificação do risco cardiovascular

DRC: Doença renal crônica (taxa de filtração glomerular < 60 mL/mn/m², não dialítica); ER: Estratificadores de risco; ERG: Escore de risco global.
Fonte: Adaptado de Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2019.

Angina estável

Estimativa de probabilidade de DAC

A utilização dos testes funcionais ou avaliação anatômica não invasiva na estratificação da DAC depende da probabilidade pré-teste da presença da doença, sendo portanto, passo fundamental a ser considerado.

Estimar a probabilidade da presença de DAC, considerando os sintomas, sexo e idade.
 

Angina típica

Angina atípica

Não anginosa

Idade

Homem

Mulher

Homem

Mulher

Homem

Mulher

30-39

3%

5%

4%

3%

1%

1%

40-49

22%

10%

10%

6%

3%

2%

50-59

32%

13%

17%

6%

11%

3%

60-69

44%

16%

26%

11%

22%

6%

> 70

52%

27%

34%

19%

24%

10%

Fonte: Adaptado de 2019 ESC Guidelines for the diagnosis and management of chronic coronary syndromes. Oxônia: European heart journal, 2020.

O desempenho dos testes diagnósticos depende da probabilidade pré-teste do paciente e da prevalência da doença:

  • A utilidade é maior quando a probabilidade pré-teste é intermediária (16-85%)
  • Pacientes com probabilidade pré-teste de 5-15%: A realização de teste diagnóstico deve ser individualizada, levando em conta a presença de fatores modificadores de risco, como fatores de risco para doença cardiovascular (história familiar, dislipidemia, diabetes, hipertensão, tabagismo), alterações eletrocardiográficas (onda Q, alterações de ST ou T) ou ecocardiográficas (disfunção de VE, alterações segmentares)
  • Não é recomendada a realização de avaliação diagnóstica de rotina em pacientes com probabilidade pré-teste < 5%
Fluxograma de avaliação diagnóstica de doença coronariana estável

Angina estável

Exames diagnósticos

Nos pacientes em que a doença arterial coronariana (DAC) não pode ser excluída clinicamente, testes diagnósticos não invasivos estão recomendados para estabelecer o diagnóstico e avaliar o risco de eventos cardiovasculares (prognóstico)

Existem uma variedade de métodos disponíveis, como eletrocardiograma (ECG) de esforço, ecocardiograma com estresse, cintilografia miocárdica com estresse, tomografia e Ressonância Cardíaca e Cineangiocoronariografia (CATE).

A escolha do método deve ser baseada em:

  1. Estimativa de probabilidade de DAC
  2. Dados do paciente: Capacidade de realizar exercício e tolerabilidade ao esforço, assim como ausência ao ECG de repouso de condições que possam dificultar ou impedir sua interpretação ao teste de esforço (Ex. bloqueio de ramo esquerdo, marca-passo definitivo, alterações significativas de repolarização ventricular ou síndrome de pré-excitação)
  3. Acurácia de cada método (sensibilidade, especificidade, valores preditivos) associada a sua disponibilidade, custo-efetividade e expertise da equipe que irá realizá-lo
  4. Preferências e ocupação do paciente: Algumas profissões exigem a necessidade de um diagnóstico preciso pelo risco a outras pessoas ou ausência de socorro médico caso haja um eventual infarto agudo do miocárdio
Escolha do teste diagnóstico

* Cineangiocoronariografia deve ser solicitada como primeira opção em pacientes com angina classificada como instável, naqueles com evidência clínica de insuficiência cardíaca, e nos que tenham apresentado episódio de arritmia ventricular grave ou morte súbita ainda não investigados.

Fonte: Adaptado de 2019 ESC Guidelines for the diagnosis and management of chronic coronary syndromes. Oxônia: European heart journal, 2020.

Sensibilidade e especificidade das avaliações funcionais

Modalidade

Sensibilidade

Especificidade

Teste ergométrico

45-61%

70-90%

Ecocardiograma de estresse com dobutamina

72-90%

79-95%

Cintilografia miocárdica com estresse farmacológico

88-91%

75-90%

Angiotomografia de coronárias

93-99%

64-90%

Método não invasivo utilizado com maior frequência por ser, na maioria dos casos, o exame mais acessível. Tem como objetivo a confirmação diagnóstica, determinação prognóstica e auxílio na definição de conduta terapêutica.

Contra-indicações: Angina em repouso (CCS IV), infarto agudo do miocárdio nas últimas 48 horas, estenose aórtica grave sintomática, miocardite/pericardite aguda, tromboembolismo pulmonar agudo, insuficiência cardíaca descompensada, bradi ou taquiarritmias causando sintomas ou instabilidade hemodinâmica, dissecção aguda de aorta.

Limitações: Necessidade do paciente conseguir deambular e alterações prévias no eletrocardiograma de repouso (como presença de bloqueio completo do ramo esquerdo, presença de infradesnível do segmento ST maior que 1 mm em repouso e uso de marcapassos). Nesses casos, o paciente poderá necessitar de métodos de imagem com estresse farmacológico, como cintilografia miocárdica, ecocardiografia de estresse ou ressonância cardíaca.

Para interpretação do exame, devem ser consideradas os seguintes aspectos:

  • Sintomas: Presença ou não de angina durante o exame. Se presente, é importante caracterizar se foi limitante para o esforço e em que momento do teste
  • Capacidade funcional: Mensurada pelo equivalente metabólico (MET - unidade de consumo de oxigênio em repouso ) e VO2 máximo (capacidade máxima do corpo de um indivíduo de transportar e metabolizar oxigênio durante um exercício) 
  • Eletrocardiográficas: Alterações do segmento ST, presença de bradi ou taquiarritmias
  • Hemodinâmicas: Resposta pressórica e da frequência cardíaca ao exercício e recuperação

Teste positivo para resposta isquêmica: Infradesnivelamento do segmento ST maior do que 1 mm, persistente por mais de 0,08 segundos, e a presença de dor anginosa. Este resultado deve ser relacionado com a probabilidade pré-teste individual.

Achados do teste de esforço que sugerem isquemia miocárdica grave:

  • Baixa capacidade funcional
  • Isquemia que ocorre em baixa intensidade: Menor que 5 METs 
  • Diminuição da pressão arterial sistólica com aumento de carga
  • Infradesnivelamento do segmento ST de 2 ou mais milímetros
  • Supradesnivelamento do segmento ST em derivação sem onda Q
  • Taquiarritmias ventriculares
  • Escore de risco elevado ao teste (escore de Duke -11)
  • Envolvimento de múltiplas derivações eletrocardiográficas (5 ou mais)
  • Alterações do segmento ST que persistem na recuperação por 5 ou mais minutos

O paciente que não atinge pelo menos 85% da frequencia cardíaca máxima estimada para o sexo e idade apresenta um teste denominado como “inconclusivo” para fins diagnósticos de DAC, por redução da sensibilidade do teste.

A incidência de exames falso-positivos aumenta significativamente nos pacientes com probabilidade pré-teste baixa, nos portadores de hipertrofia de ventrículo esquerdo, nos pacientes com alterações da repolarização no ECG de repouso e em mulheres.

Um teste normal em um indivíduo utilizando medicamentos anti-isquemia (betabloqueadores e vasodilatadores) não exclui a presença de DAC. No entanto, se o teste tiver como objetivo a avaliação prognóstica da DAC já diagnosticada, avaliação da efetividade da terapia implementada e/ou avaliação de critérios de gravidade para nortear revascularização miocárdica, o teste ergométrico deve obrigatoriamente ser realizado em uso dos medicamentos habituais do paciente.

Possibilita a avaliação em tempo real da motilidade ventricular esquerda, pelo esforço físico ou farmacológico (inotrópico ou vasodilatador), permitindo a documentação da extensão e da gravidade das alterações transitórias da motilidade ventricular esquerda.

Está indicado a realização com estresse farmacológico na avaliação de isquemia miocárdica em indivíduos com angina típica estável que não podem realizar teste ergométrico máximo ou quando o teste ergométrico não é diagnóstico, em pacientes com bloqueio do ramo esquerdo ou alterações que impeçam adequada análise. eletrocardiográfica de isquemia. O exame requer uma adequada “janela ecocardiográfica” (ou “janela acústica”) de forma a oferecer acurácia diagnóstica satisfatória.

Técnicas de sincronização eletrocardiográfica e de quantificação regional, associadas ao estudo tomográfico, permitem obter informações da perfusão miocárdica e da motilidade parietal e função global do ventrículo esquerdo, aumentando o poder diagnóstico do método. 

O estresse físico deve ser preferencialmente o método indicado. Caso o paciente tenha um eletrocardiograma de repouso não interpretável para esforço (BRE, ritmo de marcapasso definitivo, síndrome de pré-excitação, alterações significativas de repolarização com infradesnivelamento do segmento ST > 1 mm) ou incapacidade física, o estresse farmacológico está indicado

É importante destacar as contraindicações ao uso de dipiridamol: História de broncoespasmo grave, asma em atividade, estenose aórtica grave, cardiomiopatia hipertrófica na forma obstrutiva, mulheres grávidas ou lactantes, pacientes com bloqueio átrio-ventricular de 2º ou 3º grau e doença do nó sinusal, assim como na hipotensão arterial significativa (PAS < 90 mmHg).

Possui duas técnicas diferentes que fornecem informações distintas: O Escore de Cálcio (EC) e a angiotomografia coronariana.

Escore de cálcio: A quantificação da calcificação nas artérias coronárias se correlaciona com a carga total de aterosclerose. O escore de cálcio é utilizado como preditor de risco de DAC obstrutiva (estratificação de risco não-invasiva) e de eventos cardiovasculares futuros (valor prognóstico).

Angiotomografia coronariana: Permite a avaliação das artérias coronárias de maneira não invasiva. Esse método, pelo seu alto valor preditivo negativo, possui sua maior aplicabilidade em pacientes sintomáticos de risco baixo a intermediário com objetivo de excluir DAC. Pode também ser utilizado quando há testes de isquemia prévios conflitantes, normais ou inconclusivos em pacientes com suspeita clínica mantida. 

Teste com acurácia e reprodutibilidade para avaliação funcional e morfológica cardíaca, permitindo a análise das funções global e segmentar de ambos os ventrículos, assim como medir massas e volumes. A técnica do realce tardio permite identificar a presença e o padrão da fibrose, possibilitando a diferenciação etiológica das cardiomiopatias em isquêmicas e não isquêmicas. A ressonância cardíaca possui também a vantagem de não utilizar radiação ionizante e nem meio de contraste iodado.

Para a análise da contratilidade segmentar/reserva contrátil miocárdica, geralmente se utiliza a dobutamina. Na avaliação da perfusão miocárdica, a ressonância cardíaca é realizada em repouso e sob estresse farmacológico (dipiridamol) para detecção de isquemia miocárdica. As contraindicações ao uso de dipiridamol são as mesmas citadas para a cintilografia. 

A técnica do realce tardio tem sido utilizada para detecção de infarto miocárdico agudo e crônico, delimitação de áreas peri-infarto (grey zone) e detecção de fibrose miocárdica de origem isquêmica e não isquêmica (cardiomiopatias, miocardites, valvopatias etc.).

Indicações: Efetiva para o diagnóstico de DAC no grupo de pacientes inadequados para a avaliação pela ecocardiografia, devido à janela acústica subótima. Além de valor diagnóstico, possui também valor prognóstico ao fazer a avaliação da viabilidade miocárdica e detecção / quantificação da fibrose miocárdica. Uma outra importante indicação é a avaliação de anomalias coronarianas congênitas.

Limitações: Presença de dispositivos ferromagnéticos não compatíveis com ressonância cardíaca (clipes cerebrais, marcapassos e cardiodesfibriladores não compatíveis, implantes cocleares e fragmentos metálicos nos olhos), doença renal com clearance de creatinina < 30 mL/min/1,73m², gravidez, claustrofobia, obesidade extrema e instabilidade clínica impossibilitam a realização do método. 

É o método mais acurado para diagnóstico de lesões coronarianas obstrutivas. Na maioria dos casos, os testes não invasivos devem ser realizados prioritariamente e o CATE solicitado quando estes exames são positivos e apresentam critérios de gravidade, ou quando o paciente está evoluindo com angina “refratária” e limitada qualidade de vida diante do sintoma anginoso. 

Assim como a angiotomografia de coronária, o CATE é uma opção diagnóstica em pacientes de alto risco para doença arterial coronária e com resultados dos testes não invasivos conflitantes, particularmente naqueles pacientes com profissões de risco populacional, como pilotos de aviões e ônibus. O CATE é a primeira opção em pacientes com angina classificada como instável, naqueles com evidência clínica de insuficiência cardíaca de causa potencialmente isquêmica, e com episódio de arritmia ventricular grave ou morte súbita ainda não investigados. 

É importante destacar que o CATE não deve ser solicitado para pacientes com angina que se recusam a procedimentos invasivos, que não são candidatos a intervenção coronariana percutânea ou a cirurgia de revascularização do miocárdio (por comorbidades ou preferências pessoais), ou nos quais não se espera que a revascularização melhore o estado funcional, qualidade de vida e/ou sobrevida.

Definição de alto risco para eventos cardiovasculares de acordo com os diferentes testes diagnósticos

Teste ergométrico

Baixa capacidade funcional (menor que 5 METs), isquemia que ocorre em baixa intensidade, infradesnivelamento do segmento ST de 2 ou mais milímetros, e escore de risco elevado (escore de Duke < - 11)

Cintilografia miocárdica

Área de isquemia ≥ 10% do miocárdio do ventrículo esquerdo, dilatação do ventrículo esquerdo durante a fase de estresse ou aumento na captação pulmonar utilizando o tálio

Ecocardiografia de estresse

≥ 3 de 16 segmentos com hipocinesia ou acinesia induzidas pelo estresse, particularmente as alterações que ocorrem com com baixa frequência cardíaca (< 120 bpm) ou com baixa dose de dobutamina (< 10 µg/kg/minuto)

Ressonância cardíaca

≥ 2 de 16 segmentos com defeitos de perfusão induzidos pelo estresse ou ≥ 3 segmentos com disfunção induzida por dobutamina

CATE

Doença de 3 vasos com estenoses proximais, estenose de tronco de coronária esquerda ou doença proximal da coronária descendente anterior

MET : unidade metabólica correspondente ao consumo de oxigênio de repouso

Fonte: Adaptado de 2019 ESC Guidelines for the diagnosis and management of chronic coronary syndromes. Oxônia: European heart journal,  2020.

Angina estável

Fluxograma de avaliação da dor torácica / angina

Fonte: Adaptado de 2019 ESC Guidelines for the diagnosis and management of chronic coronary syndromes. Oxônia: European heart journal, 2020.

Encaminhamento para atenção especializada

Pacientes com suspeita de dor torácica aguda devem ser avaliados e encaminhados para o Serviço de emergência se necessário.

Para qualificação do encaminhamento, discutir com o canal de consultoria do Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde - 0800 644 6543.

Oriente o paciente para que leve, na primeira consulta ao serviço especializado, o documento de referência com as informações clínicas e o motivo do encaminhamento, as receitas dos medicamentos que está utilizando e os exames complementares realizados recentemente, se aplicável.

Conteúdo descritivo mínimo do encaminhamento:

  • Sinais e sintomas: Descrever tempo de evolução, frequência dos sintomas, relação com esforço ou outros fatores desencadeantes ou de alívio
  • Medicamentos em uso, com posologia
  • Resultado do eletrocardiograma, com data e identificação completa
  • Resultado de outros exames cardiológicos realizados, com data
  • Presença de fatores de risco para doença arterial coronariana
  • Se história de síndrome coronariana aguda ou revascularização, descrever quando foi o evento, exames e procedimentos realizados
  • Número da teleconsultoria, se caso discutido com Telessaúde

Paciente com dor torácica suspeita de DAC ou equivalente anginoso (dispneia/diaforese que piora com exercício e alivia com repouso), com probabilidade pré-teste intermediária (probabilidade de 15 a 85%). Estimar a probabilidade pré-teste.

A escolha do tipo de teste deve obrigatoriamente passar pela discussão de avaliação invasiva versus não invasiva, avaliação anatômica versos funcional, assim como a acurácia do teste a ser realizado, expertise do serviço, disponibilidade do exame e seu custo-efetividade, assim como dados (ECG / capacidade de se exercitar) e preferências do paciente.

  • DAC estabelecida em pacientes com necessidade de estratificação de risco após evento agudo (quando não realizado no serviço de urgência ou emergência após episódio de Síndrome Coronariana Aguda)
  • Diagnóstico recente de DAC estável em paciente de alto risco (probabilidade pré-teste acima de 90%), necessitando de estratificação de risco com método invasivo
  • DAC estabelecida em paciente ainda sintomático mesmo com tratamento antianginoso otimizado (nitrato, betabloqueador e/ou antagonista do canal de cálcio), ou impossibilidade de uso das medicações por efeito adverso ou contraindicação
  • DAC estabelecida com anatomia coronariana já conhecida e de alto risco (ou complexa)
  • DAC estabelecida na presença de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (FEVE < 40%), para otimização do tratamento clínico
  • DAC estabelecida na presença de arritmias complexas, particularmente taquiarritmias ventriculares
  • Suspeita de DAC com probabilidade intermediária ou alta, na impossibilidade de investigação com exames não invasivos

Pacientes com suspeita de úlcera péptica que já iniciaram tratamento específico e apresentam melena ou refratariedade de sintomas, assim como se .

Pacientes com quadro de colelitíase com sintomatologia atribuível ao quadro de dor torácica.

Pacientes com síndrome do pânico que já iniciaram tratamento e permanecem com prejuízo social ou de qualidade de vida.