Definição - Depressão no adulto
Nesta linha de cuidado a abordagem é direcionada ao transtorno depressivo maior, também chamado de depressão unipolar para diferenciar do episódio depressivo do transtorno afetivo bipolar.
A depressão é um transtorno mental de curso crônico e recorrente, que geralmente ocorre associada a outras condições mentais, neurológicas e por uso de substâncias, assim como condições físicas. Embora sua fisiopatologia seja complexa e de origem multifatorial, sua manifestação clínica consiste em uma síndrome bem definida. Seus sintomas envolvem alteração no humor (triste ou disfórico), na cognição (memória, concentração e processamento de informações diminuídos além de desesperança e sensação de desamparo), sintomas comportamentais (isolamento social, lentificação psicomotora) e neurovegetativos (alteração de sono e apetite).
A depressão pode causar um grande sofrimento ao indivíduo, envolvendo problemas no trabalho, no meio familiar e na comunidade, bem como aumentar o risco de suicídio.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas. Em 2030, a previsão é que a depressão seja a primeira causa específica de incapacidade funcional no mundo.
Apesar disso, frequentemente a depressão é subdiagnosticada e consequentemente subtratada. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem um papel central nas estratégias para diminuir o impacto da depressão na população geral, tendo em vista que possibilita o primeiro acesso das pessoas ao sistema de saúde e acompanha os indivíduos ao longo do tempo. É nesse território que a equipe de saúde da família/equipe de atenção primária conhece, convive, atende e orienta as pessoas a partir de suas histórias de vida.
No Brasil, a Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental ético, baseado em evidências e de base comunitária. Ela abrange estratégias e diretrizes implementadas pelo Ministério da Saúde com a finalidade de direcionar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental, cujo objetivo é promover uma maior integração social, fortalecer a autonomia, o protagonismo e a participação social do indivíduo que apresenta transtorno mental.