Linhas de Cuidado

Acompanhamento

As mulheres devem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde durante todo o tratamento, avaliando a necessidade de intervenções durante esse processo.

Pós tratamento das lesões neoplásicas do colo do útero

O canal de consultoria do Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde - 0800 644 6543 pode ser utilizado para discussão de casos.

Pacientes com baixo risco de recidiva, podem ser acompanhados na Atenção primária (APS) após tratamento e 2 (dois) anos de acompanhamento na atenção especializada.

Na Atenção primária, a paciente deve ser acompanhada semestralmente, na ausência de sinais ou sintomas sugestivos de recidiva.

Estádio Descrição
I Câncer de colo uterino confinado ao colo (extensão para o corpo uterino deve ser desconsiderado)
IA Câncer uterino invasivo diagnosticado pela microscopia, com profundidade máxima < 5.0 mm
IA1 Invasão do estroma < 3.0 mm de profundidade
IA2 Invasão do estroma ≥ 3.0 mm e < 5.0 mm de profundidade

Fonte: Adaptado de revisão do estadiamento FIGO 2019.

O seguimento na APS, não exclui o vínculo com a Unidade de Referência na Atenção Especializada. Nos casos em que houver suspeita de progressão da neoplasia, toxicidade medicamentosa ou outra intercorrência clínica, não manejável em nível primário, o retorno à Unidade especializada deve ser prioritário (até 7 dias).

Nas avaliações de seguimento, esteja atento principalmente a sinais e/ou sintomas específicos:

  • Secreções e sangramento vaginal
  • Dor em baixo ventre
  • Alterações do trato urogenital e gastrointestinal
  • Edema de membros inferiores
  • Dor em região interna dos membros inferiores
  • Perda de peso, anorexia
  • Linfonodos palpáveis em cadeias ilíacas, supraclaviculares ou outros

Exame clínico:

  • Palpação abdominal
  • Exame ginecológico completo: Genitais externos, vagina, colo ou fundo de saco vaginal
  • Toque vaginal e retal: Avaliação de massas, nódulos, irregularidades da mucosa e paramétrios
  • Coleta de exame citopatológico do colo do útero, se indicado

Não há necessidade de exames complementares de rotina, solicitar conforme as queixas e alterações no exame físico.

Tumores com baixa probabilidade de recidiva (micro invasores):

Período Acompanhamento Citologia
Do terceiro ao quinto ano Semestral Anual
A partir do quinto ano: inexistência de lesão residual Trienal Trienal

Atenção: Toda mulher com alteração pré neoplásica ou neoplásica do colo deve seguir o rastreamento até 20 anos após a doença, mesmo que ultrapasse a idade de 64 anos.

Frequência das consultas

Fluxograma rastreamento de frequencia de consultas cancer do colo do útero

Pacientes com baixo risco de recidiva (tumores microinvasores) podem ser acompanhados na Atenção primária (APS) após tratamento e 2 (dois) anos de acompanhamento na atenção especializada.

Na Atenção primária, a paciente deve ser acompanhada semestralmente, na ausência de sinais ou sintomas sugestivos de recidiva.

Fluxograma rastreamento de frequencia de consultas cancer do colo do útero

Atenção: Toda mulher com alteração pré neoplásica ou neoplásica do colo segue o rastreamento até 20 anos após a doença, mesmo que ultrapasse a idade de 64 anos.

Cuidados paliativos

O tratamento do câncer do colo do útero nem sempre é curativo, em algumas situações o objetivo está em diminuir a lesão existente, aumentar a sobrevida e a qualidade de vida da mulher.

Para informações gerais sobre os Cuidados Paliativos, informações sobre Dor, Medicações padronizadas no SUS e Sedação terminal, consulte Cuidados Paliativos na APS.

Deve-se excluir outras causas como trauma, coagulopatia, plaquetopenia, fármacos potencializadores, insuficiência hepática grave. Na paciente com instabilidade hemodinâmica, puncionar acesso venoso calibroso para venóclise e infusão de solução cristaloide ou coloide.

Outras medidas:

  • Iniciar ácido épsilon aminocapróico (antifibrinolítico) 100 a 200 mg/kg 3 a 4x dia (IV diluir em 250 a 500 mL de SF 0,9% ou SG 5%)
  • Sedação se necessário com benzodiazepínico 5 a 20 mg IV
  • Avaliar uso de tampão vaginal - o procedimento é realizado pela equipe médica (ginecologista) com auxílio da equipe de enfermagem em Unidade de emergência
  • Embolização das artérias uterinas (procedimento complexo em Unidade hospitalar)
  • Radioterapia hemostática (se ainda não fez radioterapia)
  • Em cuidados paliativos, entendemos que o procedimento de transfusão deva ser avaliado com critério, tendo definido quando o paciente estiver severamente sintomático, podendo se beneficiar do procedimento