Linhas de Cuidado

Cuidados Paliativos

Para pacientes em tratamento paliativo, revisar o plano de diretivas antecipadas sobre cuidados e tratamentos que devem ou não ser realizados.

Os cuidados paliativos deverão ser ofertados em qualquer ponto da rede de atenção à saúde.

Prestar cuidados no alívio dos sintomas agudizados, com foco no conforto e na dignidade da mulher.

Para mais informações sobre os principais sintomas e medidas terapêuticas, acesse Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas.

Manejo Inicial

  • Verificar os sinais vitais, saturação de oxigênio e glicemia capilar
  • Caracterizar a dor
    • Obter dados sobre fatores associados à dor, história da doença de base
    • Avaliar a intensidade da dor usando a : Solicite a paciente que fale/aponte a intensidade da dor em uma escala de 0 a 10, correspondendo o zero a ausência de dor e o 10 a pior dor imaginável.
  • Instalar acesso venoso periférico calibroso ou técnica da hipodermóclise para pacientes com rede venosa precária, principalmente idosos

Tratamento da Dor

Realizar abordagem medicamentosa considerando a intensidade da dor:

Atenção: Realizar analgesia criteriosa se hipotensão (PAS < 90 mmHg)

FÁRMACOS PARA O CONTROLE DA DOR (Opções e dose) DOR LEVE (1 - 3) DOR MODERADA (4 - 7) DOR INTENSA (8-10)
Analgésico simples Dipirona Sódica 500 mg/mL, IV ou VO Dose 1 g Sim Sim Sim
Paracetamol 200 mg/mL 40-50 gotas ou 1 cp (500 mg)
Antiinflamatório não hormonal (AINH) IM / IV * Cetoprofeno 100-300 mg IV Sim - -
Tenoxicam 20-40 mg IV, IM
Cetorolaco de Trometamina IM / IV (30 mg/mL)Dose 30 mg ou 1 mL
Opióide fraco** Tramadol* IM / IV (50 mg/mL) Dose 100 mg, lento - Sim -
Opióide forte** Sulfato de Morfina 1 mg/mL e 10 mg/mL

Doses:

IM: 5-20 mg / 70 kg de peso

IV: 2-10 mg / 70 kg de peso

- - Sim
Fentanil IV (50 mcg/mL)Dose 2 a 4 mL

IV: intravenosa; VO: via oral; IM: intramuscular.

*Estes medicamentos não integram a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2020 para o SUS. A disponibilidade pode variar conforme realidade local.

**Infundir lentamente. A infusão rápida pode provocar rigidez da caixa torácica ou laringoespasmo.

  • Se vômitos incoercíveis, administrar:
    • 4 mg, intravenosa, infundida em 2 a 5 minutos ou
    • 30 mg, intravenosa, em infusão lenta (1 mL/min)

Metas terapêuticas imediatas

Atenção: Se a paciente já estava em acompanhamento com a equipe de Atenção domiciliar para cuidados paliativos, orientar a paciente e familiares a contactar a equipe assim que possível para reavaliação.

Unidade de Pronto Atendimento e Unidade Hospitalar

Manejo inicial

  • Verificar os sinais vitais, saturação de oxigênio e glicemia capilar
  • Avaliar o plano de diretivas antecipadas com a paciente/familiares/cuidadores sobre cuidados e tratamentos que devem ou não ser realizados

Uma abordagem positiva e clara ao paciente e familiares sobre o alívio dos sintomas refratários no final da vida, utilizando o recurso de sedação, é de extrema importância. Nenhum paciente deve morrer sem o adequado alívio de seus sintomas.

Sedação terminal: Opção terapêutica quando outras estratégias falharam em aliviar adequadamente o sofrimento.

Plano de orientação

O boletim de atendimento/plano de alta deve conter um resumo detalhado do quadro clínico e terapêutica adotada durante o atendimento.

  • Diagnóstico e informação médica relevante
  • Disponibilizar os resultados dos exames realizados
  • Receita médica completa, quando pertinente
  • Deixar registrado no documento o plano de diretivas antecipadas sobre cuidados e tratamentos que devem ou não ser realizados
  • Para pacientes na UPA, em casos de desejo de atendimento de condição terminal em unidade hospitalar, estando indicado, realizar encaminhamento, conforme regulação local

Na atenção hospitalar:

  • Os cuidados paliativos deverão ser ofertados durante a internação ou visita à emergência por sintomas
  • Realizar abordagem medicamentosa considerando a intensidade da dor, de acordo com protocolos institucionais

Serviço de Atendimento Móvel / SAMU (192)

Manejo inicial

  • Avaliar responsividade e permeabilidade das vias aéreas
  • Avaliar nível de consciência - Escala de coma de Glasgow
  • Manter a permeabilidade das vias aéreas e a ventilação adequada: Considerar intubação orotraqueal (IOT) em pacientes com rebaixamento de consciência (Glasgow ≤ 8), com claro sinal clínico de insuficiência respiratória), ou se for evidente o risco de aspiração
  • Coletar história SAMPLA (Sinais vitais, alergias, medicamentos em uso, passado médico, líquidos e alimentos, ambiente)
  • Avaliar oximetria
  • Medir a glicemia capilar*, Se a glicemia for < 70 mg/dl, administrar 30 a 50 mL de Glicose 50%, intravenoso/intra ósseo; repetir glicemia capilar em 10 minutos e administrar Glicose conforme recomendação acima, em caso de persistência dos sintomas
    • *Lembrete: No monitor o termo “LO”= baixo/não detectado e “HI”= alto/não detectado. Sempre repita o teste nestas situações para confirmação.

Considerar os 3 “s” (Aspectos gerais de avaliação da segurança de cena, regras gerais de biossegurança, práticas para a segurança do paciente).

Tratamento

  • Oferecer O2 por máscara não reinalante 10 a 15 L/min se saturação de pulso < 94% (atentar para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica)

Plano de orientação

  • Entrar em contato com a Regulação Médica para orientação quanto aos procedimentos e/ou definição do encaminhamento ou entrar em contato com a unidade de saúde de destino